Alceu Lisboa é um artista visual brasileiro nascido em 14 de novembro de 1947, na Bahia. Filho de Alceu Lisboa Freire, juiz de direito, e Maria Lopes Lisboa, professora, o casal teve mais um filho, Floro Freire, que atua na área de computação gráfica.
Sua trajetória é marcada por uma transição notável. Após mais de 30 anos dedicados ao ensino da Física, decidiu explorar sua veia artística a partir dos anos 2000, quando começou a pesquisar artistas plásticos do Brasil e do exterior. Desde então, vem se destacando no cenário da arte contemporânea brasileira. “Sempre fui admirador de arte, principalmente pintura. Frequentei museus e galerias aqui no Brasil e no exterior”.
Lisboa também convivia com pintores, não apenas da Bahia como também de São Paulo, cujos ateliês se tornaram passagens obrigatórias.
Com uma sólida formação em Física e Matemática, ele ocupou cargos de destaque na educação. Lecionou, de 1968 a 1974, no Colégio Antônio Vieira; foi diretor fundador do Curso Nobel (curso preparatório destinado àqueles que prestavam vestibular), entre 1971 e 1985, onde também atuou como professor de Física, e do Colégio Alfred Nobel (1977 a 2007); além da Escola de Administração, Marketing e Comunicação, ESAMC. Todas as instituições localizadas na capital baiana.
Essa bagagem científica influenciou profundamente sua produção artística, especialmente na utilização de formas geométricas e na exploração das cores. “Comecei a trabalhar em telas, inicialmente como autodidata e depois fazendo cursos para aprimorar meu trabalho e minha técnica”.
Lisboa estudou com Waldo Robatto, em Salvador, e Sérgio Fingeram, em São Paulo, e fez os cursos de técnicas em pintura na Casa do Restaurador, em São Paulo.
Sua abordagem é frequentemente associada ao construtivismo, mas com uma interpretação pessoal que valoriza a espontaneidade e a emoção, o que o afasta dos rigores considerados ortodoxos.
O mestre da física e amante obsessivo das artes, utilizou sua bagagem acadêmica como instrumento de aprendizado aplicável a arte que permeia seus trabalhos. Foi o “aprender ensinando” que fez Lisboa desenvolver uma trajetória silenciosa, porém brilhante, sob um olhar serenamente maduro. Vida e arte se transformam em espelho, alternando ora um ora outro em uma coexistência pacífica e equilibrada.
As obras de Alceu Lisboa são caracterizadas por composições geométricas que evocam fenômenos físicos como ondas e campos de energia. Utilizando técnicas como acrílica sobre tela, ele cria peças que equilibram rigor estrutural e sensibilidade cromática. Sua paleta vibrante e texturas suaves conferem às obras uma profundidade que transcende a mera representação visual.
Seu trabalho é frequentemente associado ao construtivismo, porém com uma abordagem única. Ele desenvolve um “construtivismo não programático”, onde a geometria serve como ponto de partida para composições que valorizam a espontaneidade e a emoção.
Entre suas obras destacam-se peças como “Sem Título”, que exemplificam sua técnica de combinar retas, curvas e planos de cores para aludir a fenômenos físicos como ondas de rádio e luz, sem recorrer à representação literal.
A primeira exposição individual de Lisboa, intitulada “Alceu Lisboa – A Construção da Pintura”, ocorreu em fevereiro de 2014 no ACBEU, Associação Cultural Brasil Estados Unidos, em Salvador, com curadoria de Vauluizo Bezerra. Desde então, suas obras têm sido apresentadas em diversas galerias e leilões, consolidando sua posição no mercado de arte contemporânea.
